PCH Itatinga (1910)

Abastece em torno de 80% da energia elétrica consumida na área do porto de Santos, o mais importante do Brasil

PCH Itatinga (1910), instalada em Bertioga/SP há 30 km do Porto de Santos
Devido à Usina Hidrelétrica de Itatinga, o Porto de Santos é um dos únicos portos no mundo que gera sua própria energia elétrica. A energia gerada pela Usina supre em torno de 80% da necessidade da área do porto.
Sua construção foi iniciada em 1904, mas só começou a operar em 1910, devido ao surto de Malária que acometeu os operários da construção. “(...) foi preciso buscar no Rio de Janeiro um jovem médico sanitarista, discípulo de Oswaldo Cruz, para analisar o que seria possí­vel fazer a fim de reverter aquela situação. O jovem médico, Carlos Chagas, já vinha estudando a malária na cidade do Rio de Janeiro e perdeu a possibilidade de experimentar sua profilaxia nessa área delimitada. A partir de observações sistemáticas do local e do desenvolvimento de seu método, conseguiu erradicar, em menos de três meses, o mosquito transmissor da malária na área da hidrelétrica (...)”.
A Hidrelétrica de Itatinga substituiu uma pequena usina termoelétrica que abastecia a região e, em menos de um ano do início de sua geração de energia hidrelétrica, as máquinas à vapor usadas no Porto de Santos foram substituídas por motores elétricos.

O suprimento de energia é, prioritariamente, proveniente da Usina hidrelétrica de Itatinga, com capacidade de 15 MW, complementado em alta tensão pela concessionária local Companhia Piratininga de Força e Luz (CPFL), através de um circuito com capacidade 8,6 MW ligado em paralelo e de mais dois pontos de conexão com capacidades de 1,6 MW e 0,1 MW respectivamente.
A nova matriz energética permitiu ao Porto ampliar sua produtividade não somente por viabilizar a entrada em operação de equipamentos movidos a eletricidade mas, também, por permitir que as operações se prolongassem nos perí­odos noturnos, a partir da instalação de iluminação elétrica.

A capacidade geradora da usina, maior que a demanda das instalações do Porto, permitiu que, desde abril de 1911 as sobras fossem cedidas à concessionária dos serviços de eletricidade para atender aos municí­pios da Baixada Santista. Itatinga teve uma participação relevante no desenvolvimento sócio-econômico-cultural da região, uma vez que, até 1927 forneceu toda a eletricidade consumida pelos municí­pios de Santos, São Vicente e localidades vizinhas. Sua energia foi utilizada pela “Light” na construção da Usina Henry Borden, em Cubatão, e, em 1925, durante a grande crise de energia em São Paulo, Itatinga forneceu 5.000 kw diários à capital.

A usina

A Usina opera com abastecimento a “fio d’água”, com uma captação direta do rio Itatinga situado a 765m de altura na Serra do Mar, contando com um complexo composto por represa, câmara d’água, cinco tubulações de descida da serra, turbinas e geradores, além de 30 quilômetros de linhas de transmissão em 160 torres, duas grandes torres para transposição do canal do estuário, uma central elétrica e 60 subestações ao longo da margem de Santos.

Vila de Itatinga

Existe uma infraestrutura básica para residência de empregados da SPA ali sediados, tais como: 61 casas (22 em alvenaria e 39 em madeira), centro de treinamento, padaria com minimercado (arrendada), posto médico, capela, clube esportivo, auditório, centro comunitário e dois abrigos de passageiros, vias de acesso e terrenos adjacentes.

Acesso

O acesso às instalações da usina ocorre a partir da travessia por barco do rio Itapanhaú, realizada em 3 minutos, marcando o iní­cio do percurso até a vila de Itatinga. A seguir, ocorre o embarque em um pitoresco bondinho onde se pode desfrutar, por mais de 7 km, a exuberante paisagem do caminho, constituí­da por córregos cristalinos, planí­cie e montanhas cobertas pelas matas de encosta, além de vegetação da restinga e manguezais. Margeando as trilhas, se pode observar o mangue e sua vegetação caracterí­stica, além de uma construção do século XVIII.
Em 2016, foram concluí­das as obras de modernização da usina que proporcionam mais qualidade e confiabilidade ao sistema. A usina opera, agora, de forma automatizada, garantindo maior integridade às instalações operacionais. Com essa melhoria, foram reduzidas as perdas no sistema. Para tanto, foi implantada a informatização para controle e monitoramento das operações, além da troca de disjuntores e outras intervenções.

Concessão
Foi regularizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) a cessão da Usina de Itatinga e dos ativos de distribuição de energia elétrica para a SPA, possibilitando a continuidade da prestação dos serviços.

Convênio CPFL – Nova subestação

Para ampliar a garantia de pleno abastecimento, a SPA e a CPFL definiram a construção de uma subestação de distribuição de energia elétrica, com capacidade para atendimento às futuras necessidades do Porto.

A concessionária local já instalou cabos de transmissão de energia para o novo sistema em toda a região da margem de Santos, desde a subestação Vila Nova, próxima ao Mercado Municipal de Santos, até a subestação Estuário, na Ponta da Praia. A energia da nova subestação na área do Porto poderá ser distribuí­da pela SPA.

Usina Hidrelétrica de Itatinga foi durante muito tempo, a de maior altura de queda d’água.

Fonte
http://www.portodesantos.com.br/infraestrutura/energia-eletrica/